Ei-lo!
Deleite sem limites para a Classe Média (2): o filme do Lula
Você não leu errado. O filme do Lula é, sim, deleite sem limites para a Classe Média. Tudo o que o médio-classista padrão mais queria como presente para o início do ano, era um motivo bem grande pra falar mal do Lula. Graças à ambição desmedida do diretor e do produtor, à massagem certeira no ego do mandatário e à cabeça oca de uma pá de assessores presidenciais, estreou, no primeiro dia do ano, o filme sobre a vida do Presidente da República.
A se julgar que na Classe Média todos são esclarecidos e escolarizados, o que quer dizer, exatamente, que são inteligentes, e ao juntarem na mesma equação “filme do Lula” e “ano eleitoral”, há de se chegar à brilhante conclusão de que o filme tem intenções eleitoreiras. Provar a própria inteligência é um deleite para a Classe Média.
Quando o médio-classista abrir a Veja e ler que o filme é horroroso, mentiroso, exagerado e politicamente tendencioso, que transformaram um vilão em heroi, soltará um “eu já sabia” em pensamento. A confirmação de seu poder de dedução é um deleite para a Classe Média.
Quando for ao cinema assistir Avatar, e for obrigado a ver o trailler do filme do Lula, berrará palavras como “ladrão” e “cachaceiro”, mostrando toda a educação da Classe Média, que se abstém de gritar “paraíba”, “baiano” ou algum nome em referência à deficiência física do personagem, porque mamãe ensinou, na sala do apartamento, que é feio. Provar a superioridade da própria criação é deleite para a Classe Média.
Quando a Folha publicar uma matéria informando que “descobriu” que os financiadores do filme têm interesses no Governo, ficará surpreso pelo fato de empreiteiros e empresários um dia financiarem alguma coisa de olho em vantagens na relação com o poder público. Lula perverteu os coitados dos empresários! Demonstrar publicamente esclarecimento e conhecimento dos fatos é o puro deleite da Classe Média.
Não assistir o filme e dizer que o mesmo é ruim, é liberdade de expressão. Para o deleite da Classe Média, nasce um clássico do gênero “não vi e não gostei”.
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