domingo, 10 de novembro de 2013

Pacaembu: sábado à tarde


Não tem dia e horário mais legal para ir ao estádio como aos sábados à tarde. Herdei essa preferência do meu velho pai.
Ontem no Pacaembu tive um grande sentimento de nostalgia e saudades ao dar um grande abraço no meu amigo Julio Ragazzi, que recentemente perdeu seu pai.
Parecia que ambos fomos conduzidos pelos nossos pais, que viraram nossos anjos da guarda lá do plano espiritual. Estávamos no setor verde, que antigamente era com bancos de madeira, e foi o lugar em que mais vezes meu pai nos levava, e não por coincidência, foi o lugar em que assistimos a um dos últimos jogos juntos no estádio em 1993.
Foi nesse lugar que eu cantei pela primeira vez “Palmeiras meu primeiro amor” em 1979, num domingo de manhã num 4 a 1 contra o Juventus.
Falamos muito de quanto nossos pais nos incentivavam a vivenciar juntos o amor pelo Palmeiras no estádio, quando começamos a ir sozinhos e aos poucos nós começamos a levá-los conosco, mas sempre compartilhando das mesmas emoções, alegrias e tristezas, nós na linha de frente e eles nos seus inseparáveis rádios de pilha.
E a tarde de ontem estava perfeita. Sol, temperatura agradável, clima de festa e descontração.
O dia ideal para os pais levarem seus filhos pela primeira vez ao estádio como nós fomos iniciados há algumas décadas.
E o Palmeiras fez o que sempre fazia quando éramos garotos, ganhar dos adversários de menor porte com superioridade, levando de vencida qualquer time, demonstrando quem era de fato o campeão.
Valdívia ontem teve tarde de Ademir da Guia. Na saída encontrei o grande PVC da ESPN Brasil também com seu filho. PVC usava com orgulho a camisa com o nome do Luiz Pereira nas costas, exatamente na semana em que tive a oportunidade de conhecer seu filho, que por sinal tem Ademir da Guia como padrinho. Nada mais nostálgico e emblemático.
Saí do estádio vendo os garotos com seus pais e tive a perfeita sensação que o meu velho pai estava lá ao meu lado, compartilhando através de mim a alegria e devoção de ser Palmeirense justamente no dia em que ele mais gostava de nos levar ao estádio.
Um resultado sem sustos e com o nosso time sacramentando mais uma conquista, que pode não ser a desejada, mas pode simbolizar uma nova era, sempre carregada com o amor que temos pelo nosso Palmeiras herdado dos nossos pais e que iremos levar adiante para as futuras gerações.

Do "Verdazzo"

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Alckmin sanciona criação do Dia Estadual do Ovo

Imagem: Antônio Cruz / ABr
"É o Governo de São Paulo trabalhando duro para melhorar a vida das pessoas"


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, instituiu nesta terça-feira (22) o Dia Estadual do Ovo a ser comemorado, anualmente, na segunda sexta-feira de outubro. O Projeto de Lei do deputado Vitor Sapienza (PPS) foi parcialmente aprovado pelo governador. 
A decisão, publicada no Diário Oficial, confirma a criação do dia, mas veta algumas propostas da lei. No documento, Alckmin declara reconhecer a importância da iniciativa e diz que acolhe "a proposta em seu aspecto essencial".

De acordo com a justificativa do Projeto de Lei de Sapienza, já há o Dia Mundial do Ovo, criado em 1996, que "tem como finalidade destacar e celebrar o produto como um dos mais nutritivos e versáteis alimentos à dieta humana, além de integrar pessoas de todas as partes do mundo para um intercâmbio de informações nutricionais e receitas sobre o ovo".

Ainda segundo o projeto, durante a comemoração do Dia do Ovo, o Poder Executivo deveria incentivar a realização de palestras gratuitas, informando à população sobre a produção do ovo, o seu valor nutricional e o seu preparo. No entanto, essa parte do projeto foi vetada pelo governador. Segundo ele, isso não seria papel do Poder Público e a Assembleia Legislativa deve reexaminar esse trecho do projeto.

Por Mastrandea
 

Do R7

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Quem perdeu no pré-sal


("E aí, galera? Qual vai ser? Veneno ou pular do Banespão?")

Para quem apostou que o leilão do Campo de Libra seria um fracasso, o resultado é humilhante

Os críticos do pré-sal saíram do leilão em posição difícil.

Ao contrário do que sustentaram nas últimas semanas, duas empresas privadas de porte – a Shell e a Total – assumiram um papel relevante no consórcio, equivalente a 40 % de participação.

Para quem garantia que o leilão seria um fracasso porque só seria capaz de despertar o interesse de duas estatais chinesas, dado que por si só deveria ser visto como um desastre inesquecível, o resultado é um saldo humilhante.

A participação somada de duas estatais de Pequim, que dirige a economia que mais cresce no planeta, equivale a parcela assumida por apenas uma das multinacionais europeias.

Para quem avalia o sucesso e o fracasso de qualquer negócio pelo critério ideológico do privatômetro, o saldo é deprimente.

De cada 100 dólares extraídos do pré-Sal, a União irá receber, por caminhos diversos, um pouco mais do que 75%. É o caso de perguntar: os críticos estavam infelizes por que acham pouco? Ou acham que é muito?

Você decide.

O mesmo se pode dizer da crítica ao método de partilha do Pré-Sal. Não faltaram observadores para dizer que ele se mostrou pouco adequado em relação a leilões convencionais. Como a partilha foi criada pelo governo Lula e aprovada pelo Congresso, podemos imaginar aonde se quer chegar.

O argumento contra a partilha é que nas outras vezes, apareciam mais empresas interessadas.
Mas, lembrando que não há petróleo grátis é sempre bom questionar. Havia mais concorrentes porque se oferecia um bom negócio para o país ou porque se oferecia o ouro negro na bacia das almas?

Será que a lei da oferta e da procura só funciona para provar as teses que nos agradam?

Claro que é possível ouvir um murmúrio clássico, aquele que consiste em falar que “poderia ter sido melhor”.

O problema é que essa é uma expressão faz-tudo, que se podemos empregar para falar do restaurante em que fomos ontem, do serviço da TV a cabo, e também para a cobertura da mídia no pré-Sal, não é mesmo?

Na prática, o saldo do leilão confirmou duas coisas. De um lado, o imenso desconhecimento de supostos especialistas sobre o mais volumoso investimento da história do país.

De outro lado, o episódio demonstrou uma opção preferencial por subordinar uma análise objetiva da realidade a interesses políticos.

Esta opção ajuda a entender a cobertura levemente simpática aos protestos realizados contra o leilão. Valia tudo para atrapalhar, até pedir ajuda a filhos e netos de manifestantes que, em 1997, quando ocorreu a privatização da Vale do Rio Doce, foram tratados como uma combinação de criminosos comuns e esquerdistas ressentidos.

Por mais que o debate sobre os rumos da exploração do petróleo tenham toda razão de ser, e não possa ser realizado de forma dogmática nem simplória, essa postura amigável de quem sempre jogou na força bruta não deixa de ser sintomática.

Não era a privatização da Petrobras que estava em jogo, embora sempre se procure confundir as coisas, num esforço para contaminar o debate político possível de nosso tempo com um certo grau de cinismo universal.

Promovido na pior crise da história do capitalismo depois de 1929, o que se pretendia no leilão era reunir meios e recursos para permitir a economia respirar, numa conjuntura internacional especialmente adversa. Quem conhece a história das crises do século XX sabe que há momentos que inspiram mudanças de rumo e orientação que não fazem parte dos manuais e cartilhas.

Com todas as distâncias e mediações, pergunto se não seria o caso de pensar na NEP iniciada por Lenin, na Russia, procurando atrair investimentos externos de qualquer maneira?

Realizado um ano antes da eleição presidencial de 2014, o leilão de Libra foi uma batalha política.

Partidários de uma abertura paraguaia aos investimentos externos, típica de países que não possuem base industrial nem um patrimônio tecnológico em determinadas áreas, tudo o que se queria era condenar o governo Dilma por “afugentar investidores,” o que ajudaria a sustentar um argumento eleitoral sobre o crescimento de 2,5% ao ano – número que ainda assim está longe de ser uma barbaridade na paisagem universal, vamos combinar.

Em tom pessimista, poucas horas antes da batida de martelo, um comentarista deixou claro, na TV, que seria preciso esperar uma vitória da oposição, em 2014, para o país corrigir os problemas que tinham gerado um fracasso tão previsível.

O saldo foi oposto. Os investimentos vieram, em larga medida serão privados, como a oposição fazia questão. Estes recursos irão gerar empregos, encomendas gigantescas em equipamentos e, com certeza, estimular crescimento e a criação de postos de trabalho.
Medido pelos próprios critérios que a oposição havia formulado quando passou a divulgar a profecia de fracasso, o leilão foi um sucesso.

A derrota foi política


Por Mastrandea

De Paulo Moreira Leite

D´"O Esquerdopata"

terça-feira, 22 de outubro de 2013

E agora, Coxinha?


(Clique aqui para ver o pronunciamento da presidente)

"Queridas brasileiras e queridos brasileiros,


No dia de hoje o Brasil deu um grande passo: começou a se tornar realidade a exploração em larga escala do nosso pré-sal. E passamos a garantir, para o futuro, uma massa de recursos jamais imaginada para a educação e para a saúde em nosso país.

A fabulosa riqueza que jazia nas profundezas dos nossos mares, agora descoberta, começa a despertar. Desperta trazendo mais recursos, mais emprego, mais tecnologia, mais soberania e, sobretudo, mais futuro para o Brasil e para todos os brasileiros e brasileiras.

O sucesso do leilão do Campo de Libra – que é o primeiro mega campo do pré-sal a ser licitado em regime de partilha – vai permitir uma parceria da Petrobras com as empresas Shell, Total, e as chinesas CNOOC e CNPC. São empresas grandes e fortes que vão poder explorar, nos próximos 35 anos, um montante de óleo recuperável estimado entre 8 a 12 bilhões de barris de petróleo e 120 bilhões de metros cúbicos de gás natural.

Só para vocês terem uma ideia do que isso significa, basta lembrar que a produção total do Brasil, em 2013, deverá ficar próxima de 2 milhões e 100 mil barris de petróleo diários, enquanto o Campo de Libra vai alcançar, no seu pico de produção, 1 milhão e 400 mil barris de óleo por dia. Ou seja, daqui a uma década, Libra pode representar, sozinha, 67% de toda produção atual de petróleo do Brasil.

Porém, ainda há números mais impressionantes e importantes para os brasileiros. Por favor, prestem bem atenção ao que vou explicar agora. Nos próximos 35 anos Libra pagará os seguintes valores ao Estado brasileiro: primeiro, R$ 270 bilhões em royalties; segundo, R$ 736 bilhões a título de excedente em óleo sob o regime de partilha; terceiro, R$ 15 bilhões, pagos como bônus de assinatura do contrato. Isso alcança um fabuloso montante de mais de R$ 1 trilhão. Repito: mais de R$ 1 trilhão.

Por força da lei que aprovamos no Congresso Nacional, grande parte destes recursos será aplicada em educação e saúde. Isso por que todo o dinheiro dos royalties e metade do excedente em óleo que integra o Fundo Social, no valor de R$ 736 bilhões, serão investidos, exclusivamente, 75% em educação e 25% em saúde.

Mas não param por aí os benefícios sociais diretos de Libra. Porque o restante dos rendimentos do Fundo Social, no valor de R$ 368 bilhões, será aplicado, obrigatoriamente, no combate à pobreza e em projetos de desenvolvimento da cultura, do esporte, da ciência e tecnologia, do meio ambiente, e da mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Minhas amigas e meus amigos,

Bastaria a aplicação correta destes recursos para Libra produzir, nos próximos anos, uma pequena revolução, benéfica e transformadora, em nosso país. Mas há ainda muitos outros benefícios que este mega campo irá trazer. A política que traçamos exige que as plataformas para a produção de petróleo do pré-sal tenham elevado conteúdo de fabricação nacional.

Somente para a exploração de Libra serão necessárias entre 12 a 18 super-plataformas. Além delas, todos os outros equipamentos de produção, como os gasodutos, as linhas de produção, os barcos de apoio, os equipamentos submarinos serão também fabricados no Brasil. Isso vai gerar milhões de empregos e contribuir para o desenvolvimento industrial e tecnológico do nosso parque naval e de nossa indústria de fornecedores de equipamentos e de prestadores de serviços, sem esquecer que o volume de óleo produzido vai elevar em muito nossas exportações e, assim, aumentar o saldo de nossa balança comercial.

Queridos brasileiros e queridas brasileiras,

As etapas de viabilização do pré-sal têm acumulado, até agora, grandes vitórias. As etapas futuras vão trazer, sem dúvida, novos desafios. Mas eu tenho certeza que o Brasil responderá à altura.

Além da vitória tecnológica que foi a descoberta, pela Petrobras, destas gigantescas jazidas, o modelo de partilha que nós construímos significa também uma grande conquista para o Brasil. Com ele, estamos garantindo um equilíbrio justo entre os interesses do Estado brasileiro e os lucros da Petrobras e das empresas parceiras. Trata-se de uma parceria onde todos sairão ganhando.

Pelos resultados do leilão, 85% de toda a renda a ser produzida no Campo de Libra vão pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. Isso é bem diferente de privatização. As empresas privadas parceiras também serão beneficiadas, pois, ao produzir essa riqueza, vão obter lucros significativos, compatíveis com o risco assumido e com os investimentos que estarão realizando no país. Não podia ser diferente. As empresas petroleiras são parceiras que buscam investir no país, gerar empregos e renda e, naturalmente, obter lucros com esses investimentos. O Brasil é – e continuará sendo – um país aberto ao investimento, nacional ou estrangeiro, que respeita contratos e que preserva sua soberania.

Por tudo isso, o leilão de Libra representa um marco na história do Brasil. Seu sucesso vai se repetir, com certeza, nas futuras licitações do pré-sal. Começamos a transformar uma riqueza finita, que é o petróleo, em um tesouro indestrutível, que é a educação de alta qualidade. Estamos transformando o pré-sal no nosso passaporte para uma sociedade futura mais justa e com melhor distribuição de renda.

A batida do martelo do leilão de Libra, hoje, foi também a batida na porta de um grande futuro que se abre para nós, para nossos filhos e para nossos netos.

Que Deus continue abençoando o Brasil! Obrigada e boa noite"

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Tucanoreich: a latrina da democracia - Como e porque Gilmar Mendes e o PSDB mantêm Marcos Valério refém.




Agnelo, meu camarada, acho que vale a pena a colocação só link a seguir do NovoJornal. Ele evidencia todo o enredo de cooptação, corrupção e tomada das instituições democráticas protagonizado pelos tucanos e seus sócios capitalistas em Minas Gerais.

Infelizmente, minha terra se transformou na latrina da democracia. Estamos reféns de um grupo mafioso que agora se prepara para tomar de assalto o Brasil. Deus nos proteja de um destino desses. O trabalho de resistência do Carone com seu NovoJornal merece ser repercutido por sua importância, profundidade e coragem. As transcrições das gravações de um operador do esquema, o advogado Joaquim Engler, escancaram o desprezo desse grupo pela sociedade, é um tapa na cara das pessoas de bem. Como já foi escrito, não conseguiria comer tanto para tudo o que gostaria de vomitar.

Um forte abraço.
Schettino


“Relatório Reservado” entregue aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em final de julho de 2012 informa que chegara às mãos do senador Aécio Neves, através de Álvaro Rezende, cópia do depoimento que Marcos Valério pretendia fazer perante a Procuradoria Geral da República (PGR). Na mesma oportunidade, Valério entregaria documentos que comprovavam como funcionou o esquema de arrecadação ilícita no Governo de Minas após 2002, através da gestora das verbas de publicidade, sua irmã, Andréa Neves.
Interlocutor de Marcos Valério, Álvaro Rezende, dono da R&C Propaganda, agência que acompanha Aécio Neves desde quando, na década de 80, após a morte de seu avô, ocupou o cargo de diretor de loterias da Caixa Econômica Federal, sob a presidência de Danilo de Castro. Mesma época do escândalo da Ghetec e da abafada morte da filha de um diretor da Caixa, afogada em uma piscina em função de uso excessivo de droga.
Rezende informara ainda à Aécio que Valério estaria desesperado e revoltado, pois tinha certeza que seria condenado pelo STF por pressão da mídia aliada do PSDB e que teria sido abandonado, estando passando dificuldades financeiras. Logo depois deste encontro, “Carta Capital” publicaria a “Lista do Mourão”. Investigações anteriores da Polícia Federal concluíram que o documento teria sido entregue por Mourão a Nilton Monteiro.
A repercussão da publicação de “Carta Capital” da “Lista do Mourão” e outros documentos mostrando como operou o esquema criminoso em Minas Gerais assustaram Aécio, que teria decidido agir para evitar que Valério cumprisse o prometido, determinando que fosse feito acordo.  Na condução deste acordo, segundo o “Relatório Reservado”, estariam Danilo de Castro e o advogado de Marcos Valério.
Contratos do Governo de Minas Gerais celebrados com as empresas de Marcos Valério, além do aval de Danilo de Castro em empréstimos considerados simulados pelo STF, foram investigados pela PF. Castro confessou que realmente havia avalizado o empréstimo, porém as justificativas não convenceram os investigadores.
Através de parecer do então Procurador Geral Antônio Fernando e decisão do Ministro Joaquim Barbosa determinaram-se maior aprofundamento nas investigações pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Os resultados destas investigações, se ocorreram, jamais vieram a público.
Segundo um ex-ministro do STF, pouco depois de “Carta Capital” divulgar (27/07/2012) a lista contendo o nome de Gilmar Mendes como um os beneficiados pelo esquema do “Mensalão”, circulou entre os ministros do STF o “Relatório Reservado”.
Teria sido combinado que Valério não narraria fatos envolvendo o PSDB e se condenado ele cumpriria sua condenação em Minas Gerais, recebendo em troca de declarações contra Lula perante a PGR regalias no cumprimento da pena de prisão, além da retirado de mesa, para julgamento perante a 1ª Turma do STF, o Hábeas Corpus nº. 97.416 concedido liminarmente por Gilmar Mendes que possibilitou sua liberdade após prisão na “Operação Avalanche”, da Polícia Federal.
Trata-se de uma decisão monocrática quando Mendes exercia a presidência do STF e, seguindo parecer da PGR e da relatora Ministra Carmem Lúcia, a mesma deveria ser revogada, restabelecendo a prisão. Em sua decisão, Gilmar Mendes afirmou que o juiz que determinou a prisão de Valério utilizou argumentos “fortemente especulativos”.
Para ele, o juiz que decretou a prisão preventiva expôs “simples convicção íntima, supondo que Rogério e Marcos poderão tumultuar as investigações com base em suspeitas sobre fatos passados, sem necessária indicação de ato concreto, atual, que indique a necessidade de encarceramento ou manutenção no cárcere em caráter provisório”. Os “fatos passados” a que Gilmar Mendes fundamentou sua decisão é a participação de Valério e Tolentino no esquema do Mensalão.
Consta do relatório cópia da movimentação processual comprovando a retirada do HC de mesa da 1ª Turma do STF em 06 de Setembro de 2012, em pleno julgamento do Mensalão e cinco dias antes de proferida a primeira condenação contra Marcos Valério. O HC estava em mesa pronto para julgamento há dois anos, desde 08 de Junho de 2010.
A data da retirada do HC 97.416 de mesa da 1ª Turma coincide com a data do novo depoimento prestado por Marcos Valério perante a PGR acusando Lula.
Também acompanha o relatório cópia da ata de reunião do conselho de administração da Copasa, mostrando a aprovação de um termo aditivo em contrato de publicidade com a R&C Propaganda, origem dos recursos que teriam sido repassados a Marcos Valério. A Copasa foi uma das fontes de recurso público que abasteceu, em 1998, o esquema montado por Eduardo Azeredo, denominado “Mensalão do PSDB”.
Minas Gerais, Estado governado pelo PSDB desde 2002, mantém controle absoluto sobre o Poder Judiciário e Ministério Público, onde às execuções das penas privativas de liberdade só ocorrem de acordo com sua vontade. Exemplo disto é a permanência em liberdade do ex-detetive Reinaldo Pacífico de Oliveira Filho, condenado em janeiro de 2009 a 14 anos de prisão, pelo assassinato da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, na época com 24 anos.
O corpo da modelo foi encontrado num flat no Bairro de Lourdes, Centro-Sul de Belo Horizonte, em agosto de 2000 e ainda encontra-se pendente de investigação a acusação de crime de mando, contra o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia e de diversas autoridades do governo mineiro.
Segundo o “Relatório Reservado”, fora em função e após o acordo que, através de um advogado de FHC, Gilmar Mendes teria recebido cópia das hoje comprovadas perícias fraudadas realizadas pela Polícia Civil de Minas Gerais, conduzidas pelo delegado Nabak a mando de Danilo de Castro, juntada na denúncia contra “Carta Capital”.

O único resultado prático do “Relatório Reservado” teria sido o de abortar o esquema montado, obrigando que Gilmar Mendes e o Procurador Geral, Roberto Gurgel, afirmassem à imprensa que tinha pouca importância às declarações prestadas por Marcos Valério contra Lula.
Segundo o ex-ministro do STF, embora sem identificação de autoria e timbre, saiba-se que o constante no “Relatório Reservado” seria fruto de investigações da ABIN, que vem acompanhando de perto toda movimentação em torno do processo do Mensalão, principalmente na defesa da integridade física do ministro Joaquim Barbosa.
Conforme noticiado por Novojornal, o Relatório da Polícia Federal relativo às investigações do “Mensalão” encaminhado ao STF, cita que as investigações se basearam em uma lista aprendida, também conhecida como “Lista do Mourão”.
Encontra-se com o ministro Joaquim Barbosa o inquérito nº. 3530 e no mesmo foi juntado denúncia sobre o esquema montado para forjar a perícia apresentada na acusação de Gilmar Mendes contra “Carta Capital”, atestando ser falsa a “Lista do Mourão”.
Como dito anteriormente, a “Lista do Mourão” foi apreendida anos antes e considerada autêntica no Relatório da Polícia Federal.
Acompanhando a denúncia estão documentos que comprovam como operou a organização criminosa junto ao Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Civil de Minas Gerais, além das transcrições de gravações de reuniões da organização criminosa feitas pelo advogado J.Engler, narrando assassinatos, fraude processual, falsificação de documentos, suborno de promotores, juizes, desembargadores, peritos e delegados da Polícia Civil mineira.
Segundo o ex-ministro do STF, “este é o resultado de uma década de governo alienígena, descomprometido com a ética, moral e tradições mineiras, onde as instituições e a sociedade foram levadas a mais baixa degradação”.
Fatos e documentos comprovam o narrado no “Relatório Reservado”, cabendo agora ao ministro Gilmar Mendes e a seus colegas do STF explicar a sociedade, que assistiu e acompanhou o julgamento do “Mensalão”, os motivos que os levaram a permitir que Marcos Valério permanecesse solto, através de uma liminar concedida e mantida pela manobra regimental de retirada do HC de mesa perante a 1ª Turma.
Para a opinião pública, através da imprensa, ao contrário do ocorrido, Gilmar Mendes e os demais ministros reclamam que a prisão de Marcos Valério demorará, tendo em vista diversos recursos que estão sendo e serão utilizados por sua defesa.
Caso Gilmar Mendes não apresente uma justificativa plausível, estará comprovada a tese de que Marcos Valério agiu a serviço do PSDB ao denunciar Lula e por trás estava não o ministro do STF e sim o homem de confiança do PSDB, que antes de ser ministro foi Advogado Geral da União do governo tucano de FHC, que o indicou para o STF.
Consultados através de suas assessorias, o governo de Minas Gerais, o senador Aécio Neves e o Ministro Gilmar Mendes optaram por nada comentar. A Copasa, consultada, informou ser normal a celebração de aditivos ao contrato de publicidade.

Documentos que fundamentaram a matéria:

Por Agnelo Reis, do "Cabresto Sem Nó"

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Dilma na ONU: perdeu, cowboy! “Especialistas” brasileiros não gostam


Do Correio do Brasil

Dilma foi à ONU e fez o esperado de uma presidenta que defende o interesse nacional: espinafrou Obama pela espionagem ao Palácio do Planalto, à Petrobrás e aos brasileiros em geral. Perdeu, cowboy! Não estamos no velho oeste. Ou estamos?
Dilma não fez isso por ser de “esquerda”. Dos últimos presidentes brasileiros, creio que quase todos fariam o mesmo, com mais ou menos ênfase: Sarney, Itamar, Lula, até Collor. Quanto a FHC, não sei, sinceramente.
Tão esperada quanto a postura altiva de Dilma foi a reação de certos “especialistas” ouvidos por nossa imprensa. Terminado o discurso da presidenta, ouço numa rádio em São Paulo um jovem “especialista” em relações internacionais. A avaliação dele é a seguinte (não são palavras textuais; resumo o que escuto enquanto dirijo pelas ruas engarrafadas): “tanto faz o conteúdo do discurso, fale o que quiser a presidenta isso não muda nada, espionagem é algo comum e vai ser sempre assim”. O jornalista da rádio, timidamente, insiste: “mas aí não seria tomar a atitude errada como normal?”. E o “especialista” (da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing; não consegui anotar o nome dele) responde: “não, veja, querer acabar com espionagem é como querer proibir o drible no futebol.”
Sofista. Da pior qualidade. Que bobagem colossal. Não, caro especialista, sua metáfora está equivocada. Se quisermos manter o debate no campo do futebol, eu diria que aceitar a espionagem como “normal” ou “comum” seria como dizer assim: “todo jogo de futebol sempre vai ter cotovelada, ou juiz comprado; então, é besteira reclamar; o negócio é dar cotovelada ou comprar o juiz também.”
Já houve um tempo, caro especialista, em que o mundo aceitava como “comum” a tortura. Ah, se todos torturam na guerra, vamos fazer o mesmo então? Não. O mundo caminhou para estabelecer tratados que tentam banir a tortura. O caminho é longo, mas o princípio foi estabelecido.
Não à barbárie. Sim à defesa do interesse nacional. Nada melhor do que uma presidente que já sofreu tortura de um regime autoritário para dar esse “chega pra lá” no vale-tudo. Sim, a presidenta que “não pode entrar nos EUA porque é terrorista” (lembram como ouvíamos isso em 2010, durante a campanha?) foi à ONU e disse o que os Estados Unidos não queriam ouvir: alto lá, vocês não podem tudo!
Da mesma forma, o uso das armas químicas poderia ser encarado como “normal”. Ah, não adianta reclamar , certo? É uma arma à disposição, todos vão usar – certo? Nem Obama pensa assim (ainda que saibamos que a censura ao uso das armas químicas na Síria, por parte do EUA, seja hipócrita, já que Obama tolera armas químicas, desde que estejam nas mãos “certas”). Mas vale o mesmo raciocínio: o mundo concordou que é necessário criar regraas para evitar o uso das armas químicas numa barbárie total.
O argumento do “especialista” da rádio é o da guerra de todos contra todos. É o vale-tudo. Na verdade, é apenas um sofisma para minimizar a ação altiva de Dilma, e para justificar a posição que durante tantos anos adotamos aqui no Brasil: “ah, os EUA são mais fortes; aceitemos a realidade, e tiremos os sapatos pra eles”. Nas redes sociais e nas ruas, esse mesmo pensamento encontra algum eco. É o servilismo travestido de “pragmatismo” rastaquera: o mundo é assim, que fazer.
A naturalização do uso da força já serviu pra justificar escravidão (“o mundo é assim, há senhores e escravos”), e a manutenção do domínio colonial (“o mundo é assim, há povos que nasceram para comandar, outros nasceram pra ser comandados). Ouvir essas bobagens de um inglês do século XIX ou início do século XX seria até compreensível: estaria defendendo os interesses do Império Britânico. Ouvir isso de um “especialista” brasileiro no século XXI é a constatação de que o caminho para a libertação nacional é longo. Os principais inimigos estão aqui dentro: nas universidades, na mídia, nas classes médias que compram o “ah, isso é normal, os EUA têm mais é que espionar mesmo”.
Raciocínio subserviente; e tosco, além de tudo. Porque, se é verdade que a espionagem não vai acabar, parece óbvio que a melhor forma de criar algumas regras para evitar a barbárie completa nessa área é constranger o “espião”. Constranger o mais forte, às vezes, é uma forma de tornar o mundo menos bárbaro. Expor e denunciar o uso abusivo da força é uma estratégia inteligente e necessária. Foi assim que as mulheres conseguiram impor leis que penalizam aqueles homens que usam a força para cometer abusos sexuais. No passado, o abuso era tolerado dentro de um casal (“normal”, o marido ou parceiro é mais forte, fazer o que…).
Para concluir, uma ressalva: precisamos, sim, lutar contra a barbárie do vale-tudo no campo da informação e da comunicação; mas devemos estar preparados para o caso da barbárie internacional se impor. Ou seja: devemos denunciar o vale-tudo dos EUA, e ao mesmo tempo devemos equipar nosso Estado, criando sistemas de inteligência dignos desse nome. Enquanto o antigo SNI (ABIN) seguir a concentrar esforços na espionagem de movimentos sociais (sindicatos, MST etc), em vez de defender o interesse nacional, estamos fritos.
O mundo precisa criar regras para frear a arrogância dos Estados Unidos. Isso não é anti-americanismo. Isso é o óbvio ululante, se buscamos um mundo melhor. Gostem ou não nossos jovens “especialistas”.
Rodrigo Vianna é jornalista, editor do blog O Escrivinhador.

domingo, 22 de setembro de 2013

Vamos conversar Aécio??


por Vera Lucia
https://www.facebook.com/vera.m.lucia
texto retirado do Facebook



Eu quero conversar com vc Aécio, quero saber pq não me chamou pra conversar qdo seu partido estava vendendo o Brasil. 


Quero saber onde vc estava qdo seu partido estava no poder e não gerou empregos para que nós pudéssemos trabalhar e mudar o Brasil.


Quero saber Aécio, onde vc estava enquanto seu partido governava o país e o sucatearam, venderam as rodovias brasileiras e nunca investiram em ferrovias, portos, rodovias e aeroportos e agora vem dizer que o Brasil precisa disso? Tb quero que vc me diga, pq Minas Gerais, estado que vc governou, tem as piores rodovias do Sudeste.

Vamos conversar Aécio, pq quero saber o que foi feito com os R$ 4,3 bilhões desviados da área da saúde em Minas, enquanto vc era Governador.

Tb quero saber Aécio, pq enquanto seu partido governava meu país vcs nunca criaram uma única universidade. Pq vcs nunca investiram em educação para os jovens, não criaram oportunidades para eles estudarem, como hoje tem. Eu quero saber Aécio, pq tive que ralar muito pra pagar minha faculdade pq não existia o PróUni, CEFETES e outros programas que existem hoje.

Vamos conversar sim Aécio, eu quero saber de vc tudo sobre o propinoduto do seu partido, sobre a Privataria tucana e tantos outros escândalos envolvendo seu partido. 

Além dessas questões Aécio, quero conversar com vc sobre outras, mas antes, vc precisa conhecer tudo o que meu partido já fez e está fazendo para mudar e melhorar o Brasil, vou até te ajudar, acesse o link abaixo e estude um pouco antes de vir falar comigo, caso contrário Aécio, eu não quero conversar com vc!!

http://www.pac.gov.br/pub/up/relatorio/1ee85c2c49beca2b5aaa604bc572e558.pdf

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O cidadão Teletubbie

(Pensar pra quê? Ouvir o voto pra quê? Em nosso primário exercício de assimilação, tudo "termina em pizza" e ninguém precisa de juiz. Basta votar em enquete)
Há um momento da vida em que o mundo ao redor é um amontoado de signos sem significados. Chama-se infância. Nessa fase, uma pedra não é uma pedra. Não tem sequer nome. É apenas um material disforme que simplesmente existe. À medida que aprendemos que uma pedra é uma pedra e não um ovo, passamos a assimilar a ideia de valor e grandeza. De significado, enfim. Leva tempo.
Mal resumindo, é assim que aprendemos a compreender o mundo, até então uma associação inicial e pouco sofisticada de ideias projetadas em sílabas repetidas vagarosamente. Como numa peça de Lego, encaixamos as sílabas “a” “ma” “re” e “lo” e associamos o borrão apresentado em um cartaz, ou na tevê, ao nome das cores. Vemos o desenho de um arco ascendente e alguém explica ser um “sor-ri-so”. E descobrimos que a bola de fogo a-ma-re-la de-se-nha-da é o “sol”. Daí o sucesso de programas como Teletubbies na formação dos nossos quadrúpedes (porque ainda engatinham) não alfabetizados. Peça por peça, eles aprendem a codificar o mundo. E se tornam adultos.
Nessa nova fase, aprendemos – ou deveríamos aprender – que existe uma infinidade de tamanhos, formas e cores de pedras, algumas com muito mais do que cinquenta tons numa mesma superfície, tenham elas nomes inventados ou não. Umas têm valor de uso, e servem para a guerra. Outras têm valor de troca, e vão parar nos pescoços mais endinheirados. Alguns dirão a vida toda que, não importa o que te ensinam, é sempre bom desconfiar de afirmações categóricas de quem jura que uma pedra é uma pedra e que isto não se discute. E se uma pedra é capaz de provocar tanto embate, o que não se vê e nem se toca é nitroglicerina pura. Ao longo dos séculos, o que dá dentro da gente e e não devia também recebe nome, valor e peso, mesmo sem ter forma nem espessura. Com base nestes nomes, criamos as leis (filosóficas, físicas, jurídicas e até sentimentais). São elas as responsáveis por regular as mais complexas, inconfessáveis, inacabadas, incompletas, mal diagnosticadas e muitas vezes inomináveis relações humanas. Alguns estudam estas leis. Por anos. Pela vida toda. Mais do que qualquer outro bípede, que a essa altura da vida já não engatinha.
No mundo ideal, seria prudente ouvi-los antes de tomar posição. Mas, no mundo real, ainda estamos conectando peças de Lego, as sílabas jogadas por variações de um mesmo Teletubbie que nos ensinou a falar quando nossa manifestação verbal era ainda gutural. Tornamo-nos bípedes, mas continuamos babando, repetindo com a boca e os olhos hipnotizados, com vozes vacilantes, as associações criadas neste grande programa Teletubbies que é a televisão, o rádio, a revista, o jornal, o meme de duas frases do Facebook e o e-mail da tia indignada: “ban-di-do”, “im-pu-ni-da-de”, “is-so-é-u-ma-ver-go-nha”, “cor-ruP-Tos”, "cu-ba-nos-mal-va-dos", "va-mos-a-ca-bar-como-a-Ve-ne-zu-e-la" (custa crer que alguns aprenderam a repetir as sílabas dos "embargos infringentes" sem a ajuda do lexotan).
As associações, muitas vezes, são criadas por cores ou rostos. Não é preciso saber o que é massa nem energia nem teoria nem relatividade para associar Albert Einstein a valores como “in-te-li-gên-cia”, “ge-ni-a-li-da-de”. Não é preciso sequer formular uma frase inteira. Basta repetir uma ideia pronta. Ou praguejar. Dizer se é bom ou ruim sem explicar os porquês. E dar sequência às reações coletivas, de manada, diante do vermelho. Ou do azul. Ou da foto um ex-presidente com barba. Ou de um ex-presidente sem barba. Não é preciso ler jornal, só a primeira frase do título; basta reagir diante de uma foto. Não é preciso sequer analisar o conteúdo. Nem diferenciar uma Constituição de uma capivara. Operamos, afinal, com símbolos prontos, acabados, imutáveis. E, assim, basta ao rockeiro boa-pinta colocar um nariz de palhaço para, como um bom Teletubbie, se comunicar com a sua plateia de Teletubbie: “bo-bo, “ban-di-do”, “sa-fa-dos”, “ca-na-lhas”.
Pensar pra quê? Ouvir o decano, ou quem quer que seja, para quê? Não importa o que se diga, nem em que se embase. No fim a única associação que conseguimos fazer do amontoado de palavras voadoras de significantes sem significados durante o voto de um ministro da Suprema Corte é que tudo é só uma grande "piz-za". Ou uma vitória da “de-mo-cra-cia”. Ou uma resposta aos “gol-pis-tas”. Ou uma “in-fâ-mia” à opinião pública que grita, sonolenta, "A-cor-da-Bra-sil" e sonha com o dia em que o Congresso e o Judiciário se transformem em um grande estacionamento privado. No país do “que país é este”, os porta-vozes da suposta maioria se ressentem pela “o-fen-sas” constantes de uma corte de 11 juízes que usam as leis para afrontar a “jus-ti-ça” e proclamar a “im-pu-ni-da-de”. Ou de 594 parlamentares, “pa-gos-às-nos-sas-cus-tas” para, "on-de-já-se-viu", criarem leis. Leis para quê? Dependesse dessa maioria de pensamento binário, todas as contradições e penas e direito de defesa se resumiriam a uma grande enquete. “Se você acha que eles erraram e devem morrer, curta. Se acha que devem ser linchados, compartilhe. Participe. A sua opinião é muito importante. O final, você decide”. Nesta forma curiosa de aprimoramento democrático, pensar é dispensável, mas grunhir, feito porco, é exercício pleno de cidadania.
da Carta Capital

20 PEQUENAS CARACTERÍSTICAS DO PERFEITO IDIOTA DO FACEBOOK

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por Walter Falceta Jr.


1 - Ele adora "humor" contra o oprimido. Vibra com CQC e Marcelo Madureira. No fundo, porque é homofóbico, racista, sexista, reacionário e preconceituoso. Quando lhe pedem civilidade, responde com a estupidez habitual: "isso aí é a ditadura do politicamente correto".

2 - Ele jura que tem "opinião própria" e que ninguém faz sua cabeça. No entanto, formula seus julgamentos a partir da informação viciada que absorve, direta ou indiretamente, de Veja, Globo, Band, Estadão e Folha.

3 - Ele acredita que a corrupção brasileira foi inventada pelo metalúrgico e que o "mensalão" realmente tirou bilhões de reais do povo brasileiro.

4 - Ele adora falar em "educação padrão FIFA", mas não se ligou na luta pela destinação do royalties do petróleo.

5 - Ele exulta em exigir "saúde padrão FIFA", mas caiu no conto do vigário das corporações médicas e combate furiosamente o programa Mais Médicos.

6 - Ele nunca ouviu falar de Privataria, Mensalão Tucano e Propinoduto do Metrô. Se ouviu, finge que não se trata de assunto de maior relevância. O idiota do Facebook tem uma moral seletiva.

7 - Ao acompanhar Bonner, Casoy, Merval Pereira, Arnaldo Jabor e Reinaldo Azevedo, ele costuma bater palmas. Depois, faz cara de nojo e proclama que "antes não era assim". Acredita piamente que o Brasil tenha sido muito melhor no passado, mesmo que a História e a Matemática provem que não.

8 - Ele confunde ética com moralismo. Acredita que qualquer denúncia dos meios de comunicação hegemônicos tem peso de sentença condenatória. Vive compelido a atribuir ao governo a culpa por seus fracassos pessoais.

9 - Ele prega honestidade, seriedade e respeito aos demais. No entanto, repassa sem checar qualquer peça midiática de calúnia e difamação.

10 - Ele adora frases feitas sobre amor e felicidade, mas sofre tremendamente quando precisa compartilhar alguma parcela de seus "ativos", mesmo que na forma de tempo ou atenção.

11 - Ele acredita pertencer ao grupo denominado "gente de bem", dos pios e veneráveis. No entanto, fura fila, cola na prova, molha a mão do guarda e sonega o que pode em seus impostos. O rosto de madeira o define.

12 - Ele adora emitir críticas aos demais brasileiros como se fosse um gringo em visita ao país ou um alienígena investigando este rincão do planeta. Quando branco, procura evitar reproduzir a história dos antepassados, quase sempre degredados, renegados ou mão de obra excedente e miserável.

13 - Ele é um eterno vira-latas. Arranja um jeito de justificar qualquer agressão das potências do Norte ao Brasil. Para ele, não existe pobreza, injustiça ou sofrimento nos Estados Unidos da América. Mesmo quando lavou privadas do Tio Sam, estufa o peito para elogiar seus capatazes. 

14 - Ele se julga muito bem formado, mas não sabe fazer conta de dividir, não entende um gráfico e, quando contestado, grita desesperado que "tudo é manipulação deste governo que está aí".

15 - Ele ergue cartazes para pedir um "um país melhor", mas por dentro odeia ver o filho de porteiro na universidade, a servidora doméstica na agência de automóveis e o servente de pedreiro no check-in do aeroporto.

16 - Ele se faz de sério e repete clichês sobre sustentabilidade. Jura que deseja um futuro melhor para seus filhos e netos. No entanto, nem cogita de modificar seus padrões de consumo. Adora uma grife e sustenta as empresas que estão arrasando os recursos naturais.

17 - Ele adora afirmar que não se liga em modismos, mas não troca o avatar em que imita, no vestuário, na cosmética e na careta, as celebridades midiáticas.

18 - Ele se excita ao falar Inglês e enfiar anglicismos desnecessários em suas postagens. No entanto, ainda se atrapalha com o Português. Pode até ter decorado as regras de Gramática, mas raramente argumenta com clareza.

19 - Ele costuma dizer que "conhece muitos países", mesmo quando a França se resume ao trajeto de passeio monitorado da CVC.

20 - Ele declara admirar a democracia, mas, no fundo, não tolera a opinião divergente. Se alguém lhe mostrar um mundo diferente daquele oferecido no cardápio tradicional, o idiota do Facebook vai ter um chilique. Pode perder a compostura e desfiar um rosário adornado de palavrões. Ou pode prestar um favor ao discordante, e desadicioná-lo.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A Grande Máfia Tucana na ALESP




Assembleia abre CPIs que poupam Alckmin e ignora pedido sobre cartel


PAULO GAMA
DE SÃO PAULO


No momento em que a oposição a Geraldo Alckmin (PSDB) promove campanha para instalar uma CPI que investigue a atuação de um cartel em licitações de trem e metrô em São Paulo, a Assembleia Legislativa inicia nesta semana a atividade de três comissões que não têm o Executivo estadual como foco. 

Propostos por representantes de partidos aliados a Alckmin, os três grupos vão apurar as causas da violência contra a mulher, o desaparecimento de pessoas e a regularidade dos serviços prestados pela AES Eletropaulo. Eles terão 120 dias para apresentar suas conclusões.
Alckmin tem dito que o governo é o principal interessado em esclarecer a atuação do cartel e que quer "toda a transparência" no caso. Apesar disso, os deputados da base governista não assinaram o pedido para a CPI sobre o tema. O PT diz ter 27 apoios, apenas um vindo de um partido aliado ao governo.



Para ser protocolada, uma CPI precisa da assinatura de 32 dos 94 deputados da Casa. Depois, é inscrita em uma fila e instalada por ordem cronológica, quando outro grupo encerra suas atividades. Apenas cinco podem funcionar ao mesmo tempo. 

Para que a comissão sobre os transportes funcionasse, seria necessário então que o plenário aprovasse resolução para que uma sexta CPI pudesse atuar excepcionalmente, o que requer 48 votos. 

A bancada se queixa de que a base governista protocola pedidos "sem relevância" para evitar outras apurações. "A posição é apresentar diversos pedidos no primeiro dia da legislatura para inviabilizar CPIs que coloquem em xeque o Executivo", diz Luiz Claudio Marcolino, líder do PT. 
Além das três novas, estão instaladas a comissão sobre mercado de autopeças e a que apura abusos de operadoras de planos de saúde, esta suspensa por ordem da Justiça. 
"Não é manobra, é estratégia política", afirma José Bittencourt (PSD), que requisitou a CPI das pessoas desaparecidas quando estava no PDT, da base governista. Para ele o principal objetivo do grupo será apurar "qual política o Estado tem para enfrentar essa situação". 
"Precisamos ter o diagnóstico para recomendar ações aos órgãos competentes e ter propostas legislativas", diz. 
Vanessa Damo (PMDB), autora do requerimento para a CPI da Eletropaulo, diz que a comissão pretende analisar contratos, fiscalizar ampliações da rede e cobrar o cumprimento de resolução que determina a solução de apagões em no máximo 4 horas. 
A terceira CPI, da violência contra a mulher, foi proposta por Fernando Capez (PSDB). 
Bittencourt e Damo dizem que suas comissões produzirão relatórios finais, o que não aconteceu com as CPIs no lugar das quais os novos grupos foram instalados. 
Em agosto, a Assembleia extinguiu três comissões que não atuaram: telemarketing, a pesca predatória e gordura trans, todas propostas por aliados de Alckmin. 
Maria Lúcia Amary (PSDB), que pediu a CPI da Pesca, diz que convocou o grupo "diversas vezes", mas que não conseguiu quorum. "Não sei se nenhum deputado se interessou pelo tema", relata.