domingo, 10 de novembro de 2013

Pacaembu: sábado à tarde


Não tem dia e horário mais legal para ir ao estádio como aos sábados à tarde. Herdei essa preferência do meu velho pai.
Ontem no Pacaembu tive um grande sentimento de nostalgia e saudades ao dar um grande abraço no meu amigo Julio Ragazzi, que recentemente perdeu seu pai.
Parecia que ambos fomos conduzidos pelos nossos pais, que viraram nossos anjos da guarda lá do plano espiritual. Estávamos no setor verde, que antigamente era com bancos de madeira, e foi o lugar em que mais vezes meu pai nos levava, e não por coincidência, foi o lugar em que assistimos a um dos últimos jogos juntos no estádio em 1993.
Foi nesse lugar que eu cantei pela primeira vez “Palmeiras meu primeiro amor” em 1979, num domingo de manhã num 4 a 1 contra o Juventus.
Falamos muito de quanto nossos pais nos incentivavam a vivenciar juntos o amor pelo Palmeiras no estádio, quando começamos a ir sozinhos e aos poucos nós começamos a levá-los conosco, mas sempre compartilhando das mesmas emoções, alegrias e tristezas, nós na linha de frente e eles nos seus inseparáveis rádios de pilha.
E a tarde de ontem estava perfeita. Sol, temperatura agradável, clima de festa e descontração.
O dia ideal para os pais levarem seus filhos pela primeira vez ao estádio como nós fomos iniciados há algumas décadas.
E o Palmeiras fez o que sempre fazia quando éramos garotos, ganhar dos adversários de menor porte com superioridade, levando de vencida qualquer time, demonstrando quem era de fato o campeão.
Valdívia ontem teve tarde de Ademir da Guia. Na saída encontrei o grande PVC da ESPN Brasil também com seu filho. PVC usava com orgulho a camisa com o nome do Luiz Pereira nas costas, exatamente na semana em que tive a oportunidade de conhecer seu filho, que por sinal tem Ademir da Guia como padrinho. Nada mais nostálgico e emblemático.
Saí do estádio vendo os garotos com seus pais e tive a perfeita sensação que o meu velho pai estava lá ao meu lado, compartilhando através de mim a alegria e devoção de ser Palmeirense justamente no dia em que ele mais gostava de nos levar ao estádio.
Um resultado sem sustos e com o nosso time sacramentando mais uma conquista, que pode não ser a desejada, mas pode simbolizar uma nova era, sempre carregada com o amor que temos pelo nosso Palmeiras herdado dos nossos pais e que iremos levar adiante para as futuras gerações.

Do "Verdazzo"

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