Giulio Andreotti Licio Gelli ligado à Maçonaria P2 (Propaganda 2)
Da "GFORUM"
O Banco Ambrosiano (posteriormente renomeado de Banco Ambrosiano Veneto após a fusão com o Banco Católico do Vêneto) foi um dos principais bancos privados católicos italianos. No centro das operações que levaram a ruína do banco estava o seu principal executivo, Robert Calvi e seus companheiros da ilegal loja maçónica P2 (Propaganda-2). O Banco do Vaticano era o principal parceiro do Banco Ambrosiano, e com a súbita morte do Papa João Paulo I, em 1978, surgiram rumores de que haveria ligações com as operações ilegais daquela instituição (hipótese explorada no filme "Padrinho III"). O Banco do Vaticano foi também acusado de trabalhar com fundos ilegais do Sindicato Solidariedade.
Em 1947 Canesi trouxera Roberto Calvi para o Banco Ambrosiano. Em 1971, Calvi tornou-se administrador geral, e em 1975 assumiu a presidência. Calvi tornou-se célebre com as lavagens de dinheiro, expandindo as aplicações do Banco Ambrosiano; para isso criou um grande número de companhias fantasmas "off-shore" nas Bahamas e na América do Sul; assumiu o controle da Banca Cattolica del Veneto; e investiu na editora Rizzoli para financiar o jornal Corriera della Sera (Calvi tentava com isso trazer benefícios para os associados da loja maçónica P2). Calvi também envolveu o Banco do Vaticano e seus operadores, e aproximou-se do Bispo Paul Marcinkus, o presidente do banco. O Banco Ambrosiano também forneceu fundos para partidos políticos na Itália, e tanto para o ditador da Nicarágua, Anastásio Somoza, como para a oposição Sandinista. Houve rumores de que também deu dinheiro para o Partido polaco da Solidariedade
Calvi usava uma complexa rede de bancos e companhias para retirar fundos da Itália. Em 1978, o Banco da Itália preparou um relatório sobre o Banco Ambrosiano que previa o futuro desastre e deflagrou as investigações criminais. Logo a seguir, um juiz de Milão, Emilio Alessandrini, foi assassinado por um grupo terrorista esquerdista.
Em 1981, a polícia invadiu o escritório da loja maçónica e prendeu o Grão-Mestre Licio Gelli, encontrando provas contra Roberto Calvi. Calvi foi aprisionado, julgado e sentenciado a cumprir pena de quatro anos. Depois, ele apelou e foi solto, conseguindo manter seu cargo no banco.
Mas outros alarmes se seguiram: Carlo de Benedetti, da Olivetti, comprou o banco e se tornou o vice-presidente, apenas por dois meses depois de ser ameaçado. Seu substituto foi um empregado de carreira chamado Roberto Rosone, que sofreu um atentando atribuído à Máfia, que por sua vez responsabilizou os terroristas da Banda della Magliana, que agia em Roma desde os anos de 1970.
Em 1982, as dívidas do banco vieram à superfície. Calvi saiu do país usando um passaporte falso e Rosone negociou sua saída do cargo com o Banco da Itália. A secretária pessoal de Calvi, Graziella Corrocher, deixou um bilhete denunciando-o antes de se suicidar. Calvi foi encontrado enforcado na ponte Blackfriars, em Londres, em 18 de Junho daquele ano. Ao que se consta, tratou-se de uma encomenda da Máfia, por Calvi os ter enganado.
Em Julho de 1982, os fundos das aplicações off-shore foram suspensos e a falência declarada. Em Agosto, o banco foi substituído pelo Nuovo Banco Ambrosiano sob a direcção de Giovanni Bazoli, com o Banco do Vaticano arcando com muito dos prejuízos.
Em Abril de 1992, Carlo De Benedetti, vice-presidente do Banco Ambrosiano, e outras 32 pessoas, foram condenadas por fraude pela corte de Milão. Benedetti foi condenado a 6 anos e 4 meses de prisão.
Em 1994, o Primeiro-Ministro Socialista, Bettino Craxi, foi implicado no caso do Banco Ambrosiano, juntamente com Licio Gelli da P-2 e o Ministro da Justiça, Claudio Martelli. Em Abril de 1998, a Corte confirmou 12 anos de cadeia para Licio Gelli.
O jornalista David Yallop acredita que Calvi, com a ajuda da P2, foi responsável pela morte de Albino Luciani, o Papa João Paulo I, pois este planeava uma reforma nas finanças do Vaticano.
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