quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A boneca de ventríloquo




por Fernando Castilho (usuário do Facebook)




Ela fala forte. Firme. Com ótima dicção e clareza.

Ela é bonita. Sobriamente bem vestida.

Rachel Sheherazade veio para a televisão para ser diferente. Para falar às classes C e D, principalmente. Às classes que dão mais audiência ao SBT. Porém, seu discurso é conservador, reacionário, homofóbico e, por vezes, racista.

Mas será que é ela mesma que escreve seus comentários? Será que por trás da imagem não está algum anônimo lhe dizendo o que falar?

Quem sabe...

Rachel Sheherazade ou quem quer que seja o nome por detrás dela, está orgulhosa do sucesso. Tão orgulhosa, que já não há limites para sua verborragia.

Rachel acaba de defender que todo cidadão faça justiça com suas próprias mãos. Como muito antigamente, quando não havia leis.

As leis, ora as leis. Por que foram criadas? Para que haja justiça. Para que não se confunda um suspeito com um ladrão. Para que não se condene sem provas. Para que cada delinquente depois de condenado, tenha o justo castigo merecido.

Rachel ignora tudo isso. Ignora direitos humanos.

A seguir seu manual, você cidadão, quando vir um jovem negro correndo, saque seu revólver e atire. Não importa que o jovem estivesse fugindo de um bandido.

A seguir seu manual, quando você vir um rapaz loiro, parecido com Justin Bieber, espancando um negro, saque seu revólver e atire no negro, pois é ele que deve ser culpado de alguma coisa. E o rapaz loiro poderia só estar dando vazão aos seus hormônios, coisa própria da idade. Afinal, quem nunca passou por isso?

Não estou defendendo que o jovem negro preso a um poste, nu, seja um rapaz inocente. Não. Mas a ele a polícia. A ele, um julgamento, e a ele, uma condenação na justeza de seu crime praticado.

Ah, mas a polícia...

Rachel diz que a polícia não existe. É omissa. 

E nesse caso, infelizmente ela tem razão. Ultimamente a polícia tem se revelado implacável, mas contra manifestantes, muitos deles mulheres, que não são bandidos, mas que, diante da violência, reagem e se transformam.

Mas neste ponto, Rachel poderia também defender que a Polícia se desmilitarize. Seria uma boa contribuição.

Poderia também falar com CAIXA ALTA, que o Governo de São Paulo há vinte anos possui uma relação estranha com o PCC, o que o deixa de mãos atadas em várias circunstâncias.

A polícia de São Paulo, do Governador Geraldo Alckmin, cujo nome ela não menciona, para deixar seus espectadores das classes C e D confusos quanto à responsabilidade do Governo Dilma nas suas deficiências. 

Não é agindo como comandos da SS, que resolveremos os problemas de segurança. 

Mas nós custamos muito a chegar a um Estado de Democrático de Direito no Brasil.

Estamos apenas lutando a duras penas para aperfeiçoá-lo. Há muitas falhas ainda.

E podemos estar justamente começando a perder essa luta para uma...boneca de ventríloquo.
Ela fala forte. Firme. Com ótima dicção e clareza.
Ela é bonita. Sobriamente bem vestida.
Rachel Sheherazade veio para a televisão para ser diferente. Para falar às classes C e D, principalmente. Às classes que dão mais audiência ao SBT. Porém, seu discurso é conservador, reacionário, homofóbico e, por vezes, racista.
Mas será que é ela mesma que escreve seus comentários? Será que por trás da imagem não está algum anônimo lhe dizendo o que falar?
Quem sabe...
Rachel Sheherazade ou quem quer que seja o nome por detrás dela, está orgulhosa do sucesso. Tão orgulhosa, que já não há limites para sua verborragia.
Rachel acaba de defender que todo cidadão faça justiça com suas próprias mãos. Como muito antigamente, quando não havia leis.
As leis, ora as leis. Por que foram criadas? Para que haja justiça. Para que não se confunda um suspeito com um ladrão. Para que não se condene sem provas. Para que cada delinquente depois de condenado, tenha o justo castigo merecido.
Rachel ignora tudo isso. Ignora direitos humanos.
A seguir seu manual, você cidadão, quando vir um jovem negro correndo, saque seu revólver e atire. Não importa que o jovem estivesse fugindo de um bandido.
A seguir seu manual, quando você vir um rapaz loiro, parecido com Justin Bieber, espancando um negro, saque seu revólver e atire no negro, pois é ele que deve ser culpado de alguma coisa. E o rapaz loiro poderia só estar dando vazão aos seus hormônios, coisa própria da idade. Afinal, quem nunca passou por isso?
Não estou defendendo que o jovem negro preso a um poste, nu, seja um rapaz inocente. Não. Mas a ele a polícia. A ele, um julgamento, e a ele, uma condenação na justeza de seu crime praticado.
Ah, mas a polícia...
Rachel diz que a polícia não existe. É omissa. 
E nesse caso, infelizmente ela tem razão. Ultimamente a polícia tem se revelado implacável, mas contra manifestantes, muitos deles mulheres, que não são bandidos, mas que, diante da violência, reagem e se transformam.
Mas neste ponto, Rachel poderia também defender que a Polícia se desmilitarize. Seria uma boa contribuição.
Poderia também falar com CAIXA ALTA, que o Governo de São Paulo há vinte anos possui uma relação estranha com o PCC, o que o deixa de mãos atadas em várias circunstâncias.
A polícia de São Paulo, do Governador Geraldo Alckmin, cujo nome ela não menciona, para deixar seus espectadores das classes C e D confusos quanto à responsabilidade do Governo Dilma nas suas deficiências. 
Não é agindo como comandos da SS, que resolveremos os problemas de segurança. 
Mas nós custamos muito a chegar a um Estado de Democrático de Direito no Brasil.
Estamos apenas lutando a duras penas para aperfeiçoá-lo. Há muitas falhas ainda.
E podemos estar justamente começando a perder essa luta para uma...boneca de ventríloquo.

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