quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

POLÍTICA - José Serra vem aí?


Do blog do Ricardo Kotscho.

José Serra vem aí? É a volta da velha novela


Não deu outra. Sai eleição, entra eleição, a velha novela se repete com o mesmo suspense: José Serra vai ou não vai ser o candidato tucano?

Pode ser eleição municipal, estadual ou presidencial, não importa. O eterno candidato sempre começa dizendo que não quer, ainda não sabe o que fazer, pede um tempo para decidir, comunica "oficialmente" que não será, depois aceita conversar, e assim vai deixando os tucanos cada vez mais agoniados.

Desta vez, não foi diferente. Depois que Serra recusou a candidatura, o PSDB decidiu marcar prévias para o dia 4 de março, com quatro pré-candidatos que estão em campanha há seis meses, mas um fato novo fez Serra desistir de desistir da candidatura a prefeito para ir à luta novamente.

O fato novo chama-se Gilberto Kassab, até outro dia seu protegido e fiel aliado, que resolveu pular a cerca e, diante da indecisão dos tucanos, começar um namoro firme do PSD com o ultra-inimigo PT.

Com isso, o prefeito, que não tem candidato viável e está no fundo do buraco em termos de popularidade, conseguiu rachar os dois maiores partidos da cidade. Metade do PT não quer esta aliança com o PSD de Kassab e metade do PSDB insiste nas prévias que, obviamente, Serra não quer.

Para se ter uma ideia do reboliço causado por Kassab na campanha eleitoral paulistana, a notícia de que Serra aceitaria ir para o sacrifício para tirá-lo do colo dos petistas, rachou a direção tucana já na segunda-feira.

"Há chances concretas de Serra ser candidato", proclamou o presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, confirmando o noticiário de que José Serra vem aí novamente.

"Acabar com as prévias agora é assinar o atestado de óbito do PSDB. Mesmo que os quatro pré-candidatos desistam, ainda assim ficaremos numa espécie de UTI", respondeu o presidente estadual, Pedro Tobias.

Entre os dois, postou-se em cima do muro o governador Geraldo Alckmin, que passou a bola para Serra. "Se ele quiser ser, é um ótimo candidato. Essa é uma decisão pessoal do Serra que nós devemos aguardar".

O problema é que nenhum dos quatro pré-candidatos deu sinais de que pretende abrir mão das prévias deixando o caminho livre para Serra, como ele impôs ao governador Geraldo Alckmin como pré-condição para aceitar a candidatura.

"As prévias são irreversíveis, estão aí, e sou pré-candidato. Espero ganhar. O Serra se inscreve e segue o procedimento", avisou José Anibal, secretário de de Energia do governo do Estado.

"Vou até o fim", anunciou o deputado Ricardo Tripoli. Até o serrista Andrea Matarazzo não parece disposto a abrir mão da pré-candidatura: "Ele tem dito que não é candidato, mas as coisas não são fixas. Precisa ver o que ele decide, o que o governador decide e o que o partido decide". Só o alckmista Bruno Covas não disse nada.



A aproximação de Kassab com o PT deixou José Serra numa encruzilhada diante de três hipóteses, nenhuma delas boa para seus planos de uma nova candidaturta presidencial em 2014:

# Se sair candidato a prefeito, e ganhar, não poderá deixar o cargo de novo, no meio do mandato, como já fez em 2010.

# Se perder, não terá condições políticas nem ânimo para se candidatar a mais nada, só lhe restando encerrar melancolicamente a carreira.

# Se ficar sem mandato até 2014, corre o risco de sumir do cenário fazendo política só pelo twitter, cada vez mais isolado no partido.

Desde o início desta nova fase da velha novela, Gilberto Kassab deixou bem claro para todos que só não faria a aliança com o PT de Lula se Serra fosse o candidato do PSDB _ na certeza de que o amigo não seria candidato.

E agora? Como fica o prefeito? Ao ser perguntado sobre a possível candidatura Serra, ele disse que ficaria numa situação "desconfortável".

Mais do que isso, Kassab não poderá ficar eternamente jogando dos dois lados. A brincadeira tem prazo para acabar. Lula já anunciou que quer antecipar a aliança com o PSD para março.

Também de olho em 2014, Serra agora tem pressa. Em conversa com tucanos, segundo o noticiário da "Folha", Serra avaliou que seria "um desastre" para qualquer projeto político do PSDB uma aliança entre o PT e o PSD.

Ou seja, para evitar o desastre tucano, só tem um jeito de segurar Kassab: se Serra for o candidato a prefeito.

Ainda outro dia escrevi aqui que esta campanha eleitoral em São Paulo promete fortes emoções. Não percam os próximos capítulos. Estamos só no começo.



Sem autorização, retirado do Blog de um sem-mídia:




por Mastrandea



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