O problema não é a falta de chuvas, mas o governo do PSDB ter entregado quase metade das ações da Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo (Sabesp) para os capitalistas. O resultado: falta de investimento e sucateamento do setor
São Paulo sofre com o verão mais seco desde 1984 e o resultado disso pode ser visto no volume das represas que abastecem a Grande São Paulo, uma aglomeração urbana de mais de 20 milhões de pessoas. No dia 26 de fevereiro (quarta-feira), por exemplo, o Sistema Cantareira estava com apenas 16,8% de sua capacidade, a mais baixa da história. Ele é o responsável pelo abastecimento de 45% da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), ou seja, de pouco mais de nove milhões de habitantes.
Em algumas regiões já existe um racionamento, ainda que este não seja declarado. É o caso da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. O volume de águas repassado pela Sabesp ao município foi reduzido em 33% nas últimas três semanas. Ao invés de entregar 300 litros de água por segundo, a Sabesp está repassando 200 litros. O resultado tem sido o corte do fornecimento para 210 mil pessoas que moram nos bairros do Bonsucesso, Ponte Alta, Carmela, Bambi, Presidente Dutra e Inoocop.
O drama que pode atingir boa parte da população do estado, no entanto, não pode ser atribuído apenas a falta de chuvas. Neste caso, a provável falta d’água se assemelha ao racionamento de energia elétrica que afetou todo o País em 2001. Não por acaso, tanto o Brasil naquela época como o estado de São Paulo atualmente têm em comum a administração do PSDB. Em 2001, o racionamento foi provocado sobretudo pela falta de investimento no setor, que anos antes havia sido privatizado.
O mesmo ocorre com a Sabesp. O sucateamento da empresa, que tem quase metade de seu capital dominado por empresas privadas, pode ser visto no desperdício que a falta de investimento e manutenção causam. Hoje, a empresa perde 7 m³ por segundo de água potável no sistema de distribuição.
Além disso, estudos mostram que o sistema está à beira de um colapso. Segundo especialistas, em 2035 o consumo na RMSP pode chegar a 283 mil litros de água por segundo. Atualmente, o Sistema Cantareira é capaz de fornecer apenas 36 mil litros neste período.
Neste sentido, o racionamento mostra como as administrações do PSDB foram extremamente perniciosas ao estado de São Paulo. Agora, a população pode ficar privada até mesmo de um recurso vital como a água para que um pequeno grupo de capitalistas lucrar à custa da venda da Sabesp.
do sítio do PCO
http://www.pco.org.br/nacional/racionamento-de-agua-e-resultado-da-privatizacao-da-sabesp-/aejz,o.html
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