segunda-feira, 29 de novembro de 2010

São Paulo tem a paz que queria



(o dono de São Paulo, digo, do PCC)


Dois mil e seiscentos homens, dentre Marinha, Polícias Civil e Militar do Rio, realizaram, ontem, o que se dizia impossível: tomar o Complexo do Alemão, um amontoado de favelas de mais de um milhão de metros quadrados, criado e "engordado" por décadas de abandono e total omissão, tanto do poder público como da classe média (ela "não tem nada a ver com isso", salvo quando tem "festa do prato quente" no apartamento do Leblon...).
As UPP´s incomodaram demais. A contabilidade monetária do tráfico foi atingida, causando reações de seus gerentes. Quiseram retaliar, incendiando carros e matando gente. Mas a contrapartida, para tristeza da freguesia e da mídia, dos governos estadual e federal, como se viu, foi rápida e eficiente. O complexo do alemão, agora dominado por tempo indeterminado, terá UPP´s a partir do primeiro semestre de 2011, e o povo dessa comunidade, agora em parceria com a força pública, terá uma chance, finalmente. Sabe-se que muitos fugitivos devem ter migrado para outras favelas, como Vidigal e Rocinha, entretanto, não parece que o poder público se deterá. Mais guerra está por vir.
Mas essa é a guerra que o povo pobre quer. A guerra definitiva, com final sinalizando investimento maciço em saneamento, educação e esporte.
Mas, e São Paulo? Será que a terra dos superiores "não tem disso"?
É claro que tem, e muito. Não é diferente, salvo geograficamente e gerencialmente.
Aqui, em São Paulo, quem controla o tráfico é a polícia; mal-paga, corrupta e desorganizada.
A política de segurança (?) pública paulista fez com que os policiais se associassem financeiramente aos traficantes, que pagam os "impostos" às delegacias para que a boca continue funcionando. 
Nos bairros ricos, a violência não é menor, só é mais pontual, não há bandos, arrastões, o que faz com que uma sensação de tranquilidade se instale na cidade, provocando um curioso sentimento de superioridade da classe média paulista em relação à fluminense.
A cidade é muito maior que a capital carioca, o que mantém a violência da periferia longe do complexo Jardins/Vila Olímpia.
Talvez o mais emblemático modelo de como o Governo de São Paulo trata a violência, e a diferença com o momento que se vive no Rio, tenha se dado em 2005, quando dos ataques do PCC, reação à trasnferência de alguns detentos: o governador Xuxu chamou o seu chefe, Marcola, ajoelhou,  implorou, fez um "acórdão",  e a "paz" para os paulistas apavorados foi reestabelecida. As últimas eleições mostram o apoio a essa política. Serão mais quatro anos, no mínimo, de "paz".
Essa é a paz que o paulista rico e seu governo querem, assim como queria a classe média carioca, a da violência invisível, da sujeira debaixo do tapete. Ele gosta de "achar" que aqui é muito diferente.
Ainda quer a paz que engorda o mercado da segurança particular, da blindagem automobilística, do auto-encarceramento em condomínios e isolamento.
A periferia que se auto-extermine. 
O Rio sai na frente. Copa? Aqui também terá jogo, querem até a "abertura"! Antes de pensar em construir estádio, deviam ter brigado pelos que aqui há, e melhorá-los. 
Agora, cabe a nós, militantes, trabalhar para que o povo paulista um dia faça como os soldados de ontem no Rio: unir-se e expulsar, no voto, os bandidos peessedebistas do poder, definitivamente.
Mas que seja sem chances de rendição.


por Mastrandea


4 comentários:

  1. Concordo com o q vc diz sobre a violência no estado de São paulo e a conivência dasaves bicudas q aqui governam......Quanto ao estádio para a abertura da copa, o dinheiro investido na construção do mesmo não é dinheiro público, é um empréstimo que será pago e investimento de empresas privadas.... Logo, não sendo dinheiro público, façam onde for melhor.....Pq em estádios q já existem, para favorecer os outros times que já têem estádios???? O ônus da construção é todo do time que construirá o estádio, e além disso, o empreendimento trará um grande desenvolvimento social para a região que é um bairro dormitório. Me admira alguém que se diz defensores de projetos sociais condenar tal atitude!!

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  2. Linkei e transcrevi. Belo post, parabens de novo. Era mesmo o que faltava.

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  3. Espero mesmo Marcus, que ocorra mesmo essa limpeza, essa faxina nos porões do Palácio dos Bandeirantes e na Assembléia Legislativa de São Paulo. Temos de expulsar as ratazanas e seus apaniguados, com urgência.

    Esse governo PSDBista é um dos cancros que existe na política de São Paulo. Se o povo tiver “juízo” manda-lhe os pés na bunda nas próximas eleições. Seria uma limpeza no país.

    Sempre por aqui... Abraços Van

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  4. O/A colega Telcas parece torcer para certo time da capital paulista que ainda não possui sua arena.
    Também parece ignorar o mundo das empreiteiras e CBF. E, cuidado - o custo para construção pode não ser do clube.

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